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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Que corpo...


Assistindo ao vídeo publicitário da Armani com Cristiano Ronaldo fiquei até sem fôlego... Que corpo! Primeiro, ele aparece apenas de cueca; depois, com uma calça. E olha que ele nem me agrada muito, acho-o metrossexual demais para o meu gosto, mas aquele abdômen "tanquinho"... Ai, meu Deus! Que perdição...

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Nosso Lar e as voltas que a vida dá


Ontem fui ao cinema assistir ao tão comentado Nosso Lar. Trata-se de um filme com temática espírita, de uma série de filmes que o cinema brasileiro vem produzindo com esta temática., como Bezerra de Menezes e Chico Xavier

O que posso dizer é que é um filme reflexivo, bom para que nos questionemos sobre a nossa própria vida e, pessoalmente, creio que isto é válido! 

Como é boa a idéia de que esta vida não é a principal, que já vivemos outras e ainda viveremos outras mais, sempre em busca de aprendizado. Que tudo na vida tem uma razão de ser e, que muitas vezes, nós mesmos pedimos isso, como um desafio para a vida atual...

Independente de que crença se siga, pensar em melhorar como ser humano é muito importante para si mesmo e para as pessoas com quem convivemos. Se todos nos esforçássemos para sermos mais amáveis, tolerantes e respeitosos com as diferenças alheias tudo seria muito melhor. Entretanto, há aqueles que creem* ser os "donos da verdade" e eu sei bem como é porque, infelizmente, minha irmã é assim... Só ela está certa, não respeita a diferença dos outros e adora criticar, esquecendo-se de olhar para si mesma...

*nova forma de escrita, após a reforma ortográfica, estou tentando me adaptar ainda, é muito estranho.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Baunilha e Chocolate - SVEVA CASATI MODIGNANI


"24 de Maio, Domingo

Querido Andrea, desgraça da minha vida, tantas vezes ameacei ir embora, e nunca o fiz. Agora, vou-me embora. Sabes como sou lenta, mas tenaz, nas minhas decisões.
Em dezoito anos de casamento fui medindo o teu egoísmo, a tua capacidade de mentir, os teus medos, a tua infantilidade.
Não quero saber como te vais arranjar sem mim, uma vez que, sozinho, não és sequer capaz de abrir uma lata de cerveja.
Se quiseres sobreviver, vais aprender a ocupar-te de ti próprio, dos nossos três filhos, do zoo da casa. Não vai ser tarefa fácil dar ordens à empregada, que tu amavelmente defines como 'a cretina', nem entenderes-te com a irmã Alfonsina, que nos ameaça com o castigo perpétuo se não baptizarmos o pequeno Luca, com a tua mãe, que desaparece de casa dia sim dia não e depois é preciso esquadrinhar a cidade para a encontrar, com o psicólogo da Lucia, com o Damele, com brincos por todo o lado e que, aos quinze anos, ainda faz chichi na cama, com as contas que há para pagar nos Correios e as que há para pagar no banco, com os justificativos do IRS e com a lista diária das compras. Vais ter de andar de um lado para o outro, entre a escola e o infantário, entre a aula de judo para o Daniele, a piscina municipal para o Luca e a escola de dança para a Lucia. Vais ter de arranjar um canalizador para o autoclismo que verte e que neutralizar legiões de formigas gigantes que saem de um buraco na varanda e que são refractárias a todo e qualquer veneno.
Vais ter de enfrentar tudo isto e mais ainda, porque eu não vou estar aí a tentar, inutilmente, tapar as fendas de um barco destinado ao naufrágio.
Pergunto a mim própria como conseguirás encontrar o tempo e a vontade para praticar os teus desportos favoritos: as mentiras, as traições, o desinteresse pelos nossos filhos.
Tirando um breve e maravilhoso parêntesis, que se passou há muito tempo, fui durante anos a escrava devota de um patrão arrogante.
Sei que fui tua cúmplice neste jogo perverso e sei que suportei ofensas e injustiças porque tinha medo de ficar sozinha.
No fim de tudo, a tua falta de respeito foi mais forte do que o meu medo da solidão.
A minha condição é idêntica à de milhões de outras mulheres. Somos todas vítimas conscientes e vivemos na esperança de um amanhã melhor, de um golpe de magia que consiga mudar a situação.
Quantas vezes, cansada de engolir sapos, tentei demover-te do teu egoísmo. Foi tudo inútil. Compreendi que as palavras não servem para nada, escorrem como a água. 0 que conta são os factos. Por isso decidi agir.
Ao fim de dezoito anos de casamento, já não me fascinas. Como poderia imaginar que o homem por quem me apaixonei era apenas uma criança que se recusa a crescer?
Quando nos casámos, eu era demasiado jovem e insegura para compreender isso.
Culpa minha, da minha necessidade de ser aprovada por toda a gente, sobretudo pela minha mãe. Ela queria para mim um marido tradicional. Eu fiz-lhe a vontade.
E encontrei como companheiro o típico macho tirano que põe e dispõe da mulher, enquanto que os nossos filhos são aquilo que me poderia acontecer de mais complicado. Ninguém se conforma com as suas próprias derrotas e não há dúvida de que a Lucia, o Daniele e o Luca são a prova do meu fracasso. Mas já não tenho vontade de me sentir culpada por isso. A partir de hoje, vais ter de te entender com eles.
Amo-os apaixonadamente, como te amei a ti. Deixo-os com dor e afasto-me de ti com um sentimento de libertação.
Já não suporto a tua duplicidade, o teu narcisismo, o teu falso papel de pai-companheiro, generoso, compreensivo, que compra para os filhos os presentes que eu lhes nego, que ouve as suas mentiras, grandes e pequenas, com uma benevolência que não te pertence. Tu és o pai bom, eu sou a mãe má. Tu és o que permite, eu sou a que proíbe.
De cada vez que ouso encostar-te à parede, ficas furioso e partes tudo aquilo a que deitas a mão.
A fúria é a única resposta que sabes dar quando te chamo às tuas responsabilidades. Depois vais-te embora, batendo com a porta de casa. Houve um tempo em que temia que não voltasses. Eu era a vítima que tem medo de ser abandonada pelo próprio carrasco. Escondi piedosamente a tua infantilidade aos nossos filhos, mas eles perceberam e estão confusos e perdidos.
Desgraça da minha vida, não imaginas o rancor que acumulei e a dor que me causa abandonar os meus filhos. Ai de ti, se não tomares conta deles. Vou para Cesenatico, para casa da minha avó, porque preciso de estar sozinha.
Diz aos nossos filhos que me podem telefonar em qualquer altura, quer para o telemóvel, quer para casa. Naquilo que te diz respeito, porém, deves aparar o meu jogo e fazer de conta que fiz umas férias para descansar. Não penses em vir buscar-me. Se o fizesses, digo-te já que voltaria apenas para levar as crianças e deixar-te para sempre. Por isso, se queres à nossa família, não fales nem apareças.
Agora estás sozinho com as tuas responsabilidades e, pela primeira vez, com os teus filhos. Espero que se possam ajudar uns aos outros.
 
Penelope" *

*Texto em português (Portugal).

(MODIGNANI, 2002, p. 8-10)

Este trecho faz parte do livro Baunilha e Chocolate, de Sveva Casati Modignani. O livro já começa assim, frenético! Este desabafo poderia ser o de tantas mulheres (algumas até conheço), mas que por medo, insegurança, falta de amor próprio não o fazem, submetendo a tudo em nome de normas e de agradar aos outros. Ainda não li todo o livro, por isso, escreverei outra vez sobre ele. Como o descobri? Bem, pesquisando sobre novos autores, me deparei com esta escritora italiana e logo me interessei. Agora, tenho alguns livros dela e de outros autores bem interessantes para ler... Que coisa ruim, não? Ahaha. Alguém conhecia esta autora? Já leu algo dela? Mais informações sobre a escritora podem ser encontradas aqui e aqui.

Até mais!!!
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